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sexta-feira, 28 de maio de 2010

Literatura e Humanismo

Chamamos de literatura a forma de se expressar por escrito todo o processo histórico social do momento, com efeitos especiais. Os escritores buscam com emoção, transmitir no texto sua visão da realidade. A forma de escrever não possui regra fixas, o autor manipula as palavras de modo a explorar a intelectualidade dos leitores, que podem dar diferentes interpretações, dependendo de sua formação cultural. Os gêneros são variados: lírico, dramático, épico, narrativo, como por exemplo, romance, novela, conto e etc.
De 1418 a 1527, cultivaram-se a historiografia, a prosa doutrinária, o teatro, a poesia e as novelas de cavalaria. O humanismo foi um movimento ideológico de transição que modificou o pensamento medieval, preparando-o para a vinda do renascimento.
O barroco se iniciou em Portugal em 1580, quando Camões morreu e o país perdeu sua autonomia, passando a estar sob o domínio espanhol. O período teve 2 vertentes literárias: Renascimento e Idade Média. O barroco foi a síntese da tentativa de unir o homem renascentista com a tradição religiosa medieval. O homem barroco trazia a dualidade resultante da fusão destes contrastes.
O arcadismo surgiu em 1756, com a Fundação Arcádia Lusitana, foi um período de oposição ao barroco, deixando de lado a excentricidade verbal para voltar-se a valorização do clássico racional.
Leandro da Silva =D

segunda-feira, 24 de maio de 2010

NOVELAS DE CAVALARIA

Amadis de Gaula é uma obra marcante do ciclo de novelas de cavalaria da Península Ibérica do século XVI. Apesar de se saber que a obra existe desde, pelo menos, o século XIV, a versão definitiva mais antiga, actualmente conhecida, é a de Rodriguez de Montalvo, impressa em língua castelhana em 1508 e denominada Los quatro libros de Amadís de Gaula. Tudo indica, contudo que a versão original era portuguesa, e muito anterior. O próprio Montalvo reconhece ter emendado os três primeiros livros e ser apenas autor do quarto.
A versão original de Amadis de Gaula tem sido atribuída a vários autores portugueses. A crónica de Gomes Eanes de Azurara, escrita em 1454 menciona como seu autor um tal de Vasco de Lobeira, que tinha sido armado cavaleiro na batalha de Aljubarrota. No entanto, outras fontes indicam que o autor foi sim João de Lobeira e não o anterior.
Seja como for, a única versão completa é a de Montalvo, que constituiu um enorme êxito em toda a Europa, sendo traduzida para as principais línguas da Europa ocidental, além dos originais castelhano e português. Vários autores, de vários países, escreveram sequelas de Amadis, inclusive o próprio Montalvo, com o quinto livro do ciclo, Las sergas de Esplandián. Em Portugal foram escritos vários romances do tipo de Amadis, sendo o mais famoso Palmeirim de Inglaterra de Francisco de Morais
Iury Hawana =D

Teatro de Gil Vicente

Mentalidade medieval - ambientado no início da Era Moderna, mas ainda reflete o pensamento medieval.
Características:
1) teatro alegórico - as barcas são alegorias da morte;
2) teatro de tipos - classe social, profissão, sexo, idade. Exemplos do Auto da Barca do Inferno:
Fidalgo
Onzeneiro
Parvo
Procurador/ Corregedor
3) Teatros de quadros: sucessão de cenas, chegando a um ponto culminante e desfecho.
4) Rupturas da linearidade do tempo e despreocupação com a verossimilhança: na farsa O Velho da Horta - pela manhã a mocinha procura o velho para comprar os temperos, no final do diálogo, o criado vem avisar-lhe que já é noite.
5) Teatro cômico e satírico. A maioria das peças são comédias de costumes, seguindo o lema latino: “Pelo riso corrigem-se os costumes”. Personagens caricaturais. Sua linguagem faz cócegas na platéia.
Gil Vicente
Com uma biografia das mais controvertidas, poucos fatos são tidos como certos na vida de Gil Vicente. Nascido por volta de 1465. Aproveitou-se do prestígio que a função de organizador das festas da corte lhe conferia para, em 1502, encenar sua primeira peça, o Monólogo do vaqueiro ou Auto da visitação, na câmara da rainha D. Maria, em comemoração ao nascimento de D. João III. Durante trinta e quatro anos Gil Vicente fez representar dezenas de peças. Em 1562, seu filho, Luís Vicente, publicou a Compilagem de todalas obras de Gil Vicente.
Características do teatro vicentino
Escrita em 1517, Auto da Barca do Inferno é das obras mais representativas do teatro vicentino. Como em tantass outras peças, nesta o autor aproveita a temática religiosa como pretexto para a crítica de costumes. Num braço de mar estão ancoradas duas barcas. A primeira, capitaneada pelo diabo, faz a travessia para o inferno; a segunda, chefiada por um anjo, vai paa o céu. Uma a uma vão chegando as almas dos mortos - um fidalgo, um onzeneiro (agiota), um parvo (bobo), um sapateiro, um frade, levando sua amante, uma alcoviteira, um judeu, um corregedor (juiz), um procurador (advogado do Estado), um enforcado e quatro Cavaleiros de Cristo (cruzados) que morreram em poder dos mouros. Todos tentam evitar a barca do diabo. Mas apenas o parvo e os cruzados conseguem embarcar para o céu.
Ambientado no início da Era Moderna, o teatro vicentino ainda reflete o pensamento medival por sua moral religiosa e sua concepção teocêntrica do mundo.
No Auto da Barca do Inferno, por exemplo, ao ver-se recusado pelo anjo, o fidalgo assim se lamenta por ser dissipado sua vida sem acreditar no castigo do inferno.
Ao inferno todavia!
Inferno há aí para mim?!
Ó triste! Enquanto vivi
nunca cri que o aí havia.
Tive que era fantasia
folgava ser adorado;
confiei em meu estado
e não vi que me perdia.
2. Teatro popular
Apesar dos elementos ideológicos inovadores que suas sátiras sociais contêm, Gil Vicente não se deixou influenciar pelas novidades estéticas introduzidas pelo Renascimento. Sua obra é a síntese das tradições medievais e populares.
“... o seu teatro não pode ser jamais entendido se analisado e concebido segundo os padrões de uam estética que não seja a estética do teatro popular”. (Segismundo Spina)”
Vale então fazer uma breve análise da obra de Gil Vicente à luz da estética do teatro popular medieval.
Teatro alegórico: rperesenação de idéias abstratas com personagens, situações e coisas concretas. O Auto da Barca do Inferno, por exemplo, é uma peça alegórica. O cais e as barcas são a alegoria da morte; a barca do inferno é alegoria da condenação da alma; a barca do céu, a da salvação.
Teatro de tipos: as personagens de Gil Vicente são sempre típicas, isto é, não são indíduos singulares nem possuem traços psicológicos complexos; pelo contrário, apenas reúnem os caracteres mais marcantes de sua classe social, de sua profissão, de seu sexo, de sua idade.
Teatro de quadros: em geral, as peças de Gil Vicente desenvolvem-se por uma sucessão de cenas relativamente independentes, sem formar propriamente um enredo, uma história que, depois de apresentada, se complica até um ponto culminante e um desfecho.
No Auto da Barca do Inferno temos uma introdução em que aparecem o diabo e seu companheiro preparando a barca e anunciando a vigem; com a chegada do fidalgo, inicia-se o primeiro quadro, e os outros se sucedem sempre com a mesma estrutura: chegada da personagem, diálogo com o diabo, tentativa de embarque para o céu e, se a personagem é recusada pelo anjo, retorno à busca do inferno.
Rupturas da linearidade do tempo e despreocupação com a verossimilhança: mesmo nas peças que possuem um enredo, a sucessão cronológica dos acontecimentos é freqüentemente inverossímil ou mesmo absurda.
Na fasra O velho e a horta, um velho hortelão apaixona-se por uma mocinha, pela manhã, o procura para comprar temperos. Ao final do primeiro diálogo, um criado vem avisar-lhe que já é noite e que sua mulher o espera para jantar. Malsucedido em seus galanteios, o velho apaixonado contrata os serviços de uma alcoviteira, que lhe arranca dinheiro para comprar presentes e empreender a conquista. Numa de suas visitas, a alcoviteira é presa e açoitada. Desconsolado, o velho recebe a notícia do casmento da lmoça por quem se apaixonara. tudo isso aconece numa sucessão ininterrupta, marcada apenas pela entrada e saída de personagens, e a única marcação de tempo, como se viu, é inverossímil.
Teatro cômico e satírico: as peças de Gil Vicente, em sua maioria, são comédias de costumes, seguindo o lema latino ridendo castigat mores (pelo riso corrigem-se os costumes). O dramaturgo lança mão de inúmeros recursos eficientes para provocar o riso: personagens caricaturais; situações absurdas; desencontros imprevistos e ridículos. Mas é sobretudo o poder de sua linguagem que faz cócegas na platéia.
Observe o recurso à linguagem popular nos xingamentos do povo ao diabo (Auto da Barca do Inferno).
Hiu! Hiu! Barca do cornudo,
Pero Vinagre beiçudo
(............................................)
Sapateiro da Candosa!
Entrecosto de carrapato!
Hiu! Hiu! Caga no sapato,
filho da grande aleivosa!
Tua mulher é tinhosa
e há de parir um sapo
chentado (=pregfado) no guardanapo!
Neto da cagaminhosa!
Furta-cebolas! Hiu! Hiu!
‘scomungado nas igrejas!
Burrela, cornudo sejas!
Principais obras de Gil Vicente
Auto da visitação (ou Monólogo do vaqueiro - 1502).
Auto pastoril castelhano (1509)
Aujto da Índia (1509)
O velho da horta (1512)
Quem tem farelos? (1515)
Trilogia das Barcas:
* Auto da Barca do Inferno (1517)
* Auto da Barca do Purgatório (1518)
* Auto da Barca da Glória (1519)
Farsa de Inês Pereira (1524)
Auto da feira (1526)
O juiz da Beiras (1526?)
Farsa dos almocreves (1527?)
O clérigo da Beira (1529)
Auto da Lusitânia (1532)
Romagem dos agravados (1533)
Floresta de enganos (1536)
Texto
Este fragmento foi retirado do Auto da Lusitânia (1532). Lediça é filha de um alfaiate judeu. Estando sozinha, varrendo a loja, chega um cortesão, freguês de seu pai, que inicia uma tentativa de conquista amorosa. Os galanteios do conquistador são uma paródia da linguagem do amor cortês que você estudou nas cantigas amor.
Cortesão: Não devia tal senhora
como vós andar varrendo,
senão enfiar aljofre
e perlas orientais;
não sei como isto se sofre.
Lediça: Minha mãe tem no seu cofre
duas voltas de corais.
Cortesão: Senhora, sou cortesão,
(...................................................)
Mas vosso e não de ninguém
é tudo o que está comigo,
e quero-vos grande bem.
Lediça: Bem vos queira Deus amém;
querereis outra coisa, amigo?
Cortesão: Temo muito que me deixe
vosso amor pobre coitado
de favor com que me queixe.
Lediça: Lançai na sisa do peixe,
e logo sois remediado.
Cortesão: Não falo, senhora disso,
porque eu me queimo e arço
com dores de coração.
Lediça: Muitas vezes tenho eu isso:
diz Mestr’Aires que é do baço,
e reina mais no verão.
Cortesão; Mas, senhora, por amar
fiz minha sorte sujeita,
e pedi a mais andar.
Lediça: Crede, senhor, que o jogar
poucas vezes aproveita.
(...............................................)
Cortesão: Ó doce flor entre espinhas,
crede o amor sem mudança
que vos tenho e que vos digo.
Assim umas primas minhas
e toda esta vizinhança
todos têm amor comigo:
(................................................)
Cortesão: Senhora, por piedade
que entendais minha razão;
entendei minha vontade,
e mudarei a tenção:
entendei bem minha dor
e mil maleitas quartãs,
que por vós me hão-de-matar.
Lediça: Assim é meu pai, senhor,
que tem dores d’almorrãs,
que é coisa d’apiedar.
Foi o ano tão chacoso
de doenças da má ora,
que creio bem o mal vosso.
(...........................................)
Piter Oliveira =D

quarta-feira, 19 de maio de 2010

PRODUÇÃO DA LITERATURA

Nesse período da história literária, são cada vez mais lidos e apreciados os autores gregos e latinos. A estética medieval – rude e grosseira – é substituída pela grego-latina – harmoniosa e culta. O latim passa a ser a língua de muitos humanistas, que se deixam tomar de grande entusiasmo pelo saber, pelas artes clássicas.
A produção literária portuguesa desse período pode ser subdividida em:
_ Prosa: a) Crônicas de Fernão Lopes, b) Prosa doutrinária e c) Novela de cavalaria
_ Poesia: Poesia palaciana
_ Teatro: Obra de Gil Vicente

Prosa

Conhecido como o “Pai da Historiografia portuguesa”, Fernão Lopes foi encarregado por D. Duarte de guardar os arquivos da Torre do Tombo, onde se achavam os principais documentos sobre Portugal. Incumbido de escrever relatos sobre os acontecimentos de diversos períodos históricos (as chamadas crônicas), Fernão Lopes destacou-se como um prosador dono de um estilo rico e movimentado. Não se limitando a tecer elogios a reis, como a outros cronistas da época; fez descrições detalhadas não só do ambiente da corte, mas também das aldeias, das festas populares e, principalmente, do papel do povo nas guerras e rebeliões.
São de sua autoria:
_ A Crônica de El-Rei D. Pedro I: narrativa dos principais acontecimentos de seu reinado;
_ A Crônica de El-Rei D. Fernando: narrativa dos fatos que ocorreram desde o casamento de D. Fernando com Leonor Telles até o início da Revolução de Avis;
_ A Crônica de El-Rei D. João I: narrativa dos acontecimentos relativos a seu reinado (1385-1411), quando é assinado a paz com Castela.
Fernão Lopes é reconhecido como historiador de inegável méritos e verdadeiro narrador-artista preocupado não apenas com a verdade do conteúdo de suas narrativas, mas também com a beleza da forma. É reconhecido também pela sua capacidade de observar e analisar personagens históricas.
Fernão Lopes analisou com objetividade e justiça os documentos históricos: foi cauteloso em determinar a verdade histórica, ao confrontar textos e versões sobre um mesmo acontecimento.


Prosa Doutrinária

Estas obras destinavam-se ao aprendizado de determinadas artes, muito em moda na época:
_ Livro da montaria;
_ Livro da falcoaria;
_ Leal conselheiro (um verdadeiro guia sobre sentimentos humanos).

Novela de Cavalaria

Como já vimos no Trovadorismo, a novela de cavalaria relatava os feitos históricos de um corajoso cavaleiro, em alguma nobre missão. Neste período, é escrita a novela Amadis de Gaula, que conta a história do cavaleiro Amadis, apaixonado por Oriana, por que se lança em inúmeras aventuras.
Taylla Padovane =D

terça-feira, 18 de maio de 2010

O HUMANISMO NA LITERATURA PORTUGUESA

O Humanismo português vai desde a nomeação de Fernão Lopes para o cargo de cronista-mor da Torre do Tombo, em 1434, até o retorno de Sá de Miranda da Itália, em 1527, quando começou a introdução clássica. Torre do Tombo: arquivo do Reino, onde se guardavam os documentos oficiais. A Torre do Tombo foi destruída por um terremoto em 1755, mas o arquivo conservou sempre o mesmo nome. O termo Humanismo literário é usado comumente para designar o estudo das letras humanas em oposição à Teologia. Na Idade Média, predomina a concepção teocêntrica, em que tudo gira em torno dos valores religiosos. A partir do Humanismo desenvolve-se uma nova concepção de vida: os eruditos defendem a reforma total do homem; acentuam-se o valor do homem na terra, tudo o que possa tornar conhecido o ser humano; preocupam-se com o desenvolvimento da personalidade humana, das suas faculdades criadoras; têm como objetivo atualizar, dinamizar e dar uma nova vida aos estudos tradicionais; empenham-se em fazer a reforma educacional.
Mayara Gomes =D